As empresas do setor de energia têm buscado cada vez mais aprimorar os seus processos de gestão de risco diante dos desafios de operar em águas mais profundas e fazer uso de novas ferramentas e tecnologias. Neste sentido, torna-se visível a necessidade de se ter uma gestão de riscos mais robusta e eficaz.A metodologia de análise de barreiras conhecida como “Bowtie” tem sido muito utilizada entre as empresas do setor de perfuração para óleo e gás como uma ferramenta de apoio ao processo de gestão do risco da segurança operacional. Com a finalidade de reduzir o impacto da subjetividade na tomada de decisão sobre a continuidade operacional e viabilizar a análise sistêmica do risco residual, este trabalho propõe um novo método de gestão de risco contemplando o uso da metodologia AHP (Analytic Hierarchy Process) para suportar o cálculo de Risco Residual em tempo real derivado das eventuais degradações das barreiras.Para validar este estudo foi realizado uma análise de caso em uma unidade de perfuração do tipo Navio Sonda da empresa Constellation. A aplicação do estudo foi inicialmente delimitada à 01 cenário de risco representado pelo Bowtie MAH – 09 – “Perda de posição” (Major Accident Hazard). Os resultados obtidos na aplicação do novo método de gestão de risco para o cenário de Bowtie estudado, foram considerados eficazes pela equipe de gestão da empresa.O método AHP foi aplicado em dois momentos no estudo: A primeira teve como propósito classificar o nível de importância de todas as barreiras contidas no Bowtie estudado e definir o PFD-Inicial (probabilidade de falha na demanda) das mesmas; na segunda aplicação o objetivo foi classificar o nível de degradação das barreiras, levando em consideração as barreiras (físicas, humanas e administrativas).Foram avaliados 306 barreiras e classificadas de acordo com os critérios estabelecidos no método AHP. A percepção dos especialistas que formaram o grupo de trabalho foi que “o resultado final da classificação das barreiras considerando os três critérios principais fez muito mais sentido para os participantes do que a definição baseada somente na classificação da efetividade”.O estudo realizado para classificação do nível de degradação das barreiras de segurança via aplicação do método AHP, resultou na definição dos pesos dos critérios de degradação de cada tipo de barreira. As barreiras, os critérios e seus respectivos pesos foram cadastrados no CMMS (Computerized maintenance management system) da empresa, onde através da integração com os outros sistemas responsáveis pelo gerenciamento de cada tipo de barreira foi possível automatizar o cálculo das degradações para todos os tipos de barreiras, possibilitando o cálculo e gerenciamento do risco residual de forma sistêmica e automática.Este trabalho contribuiu para geração de valor ao processo de gestão de risco da empresa Constellation, estabelecendo um novo método de gestão capaz de calcular o Risco Residual dos principais cenários do estudo de caso de segurança (HSE case) de suas unidades operacionais apoiando na tomada de decisão, contribuindo com o planejamento e gerenciamento das operações de uma unidade de perfuração de petróleo offshore.