A indústria de óleo e gás no mundo historicamente apresenta elevados riscos aos trabalhadores, inclusive no Brasil. A abertura do mercado de óleo e gás demandou a elaboração de arcabouço regulatório para conduzir a redução dos riscos. Em 2007, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) instituiu o Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO) através da Resolução ANP n° 46/2007 seguindo tendências internacionais referentes a orientação direcionada a riscos e características não prescritivas.O objetivo deste trabalho é analisar a ocorrência de acidentes fatais na indústria de exploração e produção (E&P) de petróleo segundo a Distribuição de Probabilidade de Poisson. Esta opção permite avaliar os impactos tanto das ações de fiscalização de segurança operacional quanto o marco regulatório da ANP sobre a indústria sob a ótica de um indicador de segurança operacional.Na literatura existem abordagens para análises de acidentes baseadas em distribuições de probabilidade de Poisson e Binomial Negativa e em Análise de Séries Temporais, modelos de regressão com periodicidade e modelos estacionários Box-Jenkins. A distribuição de probabilidade de Poisson avalia a ocorrência de eventos raros e independentes para um determinado intervalo de tempo de forma proporcional ao intervalo. A probabilidade da ocorrência pode ser estimada através da taxa (λ) e, por simplicidade, assume-se que a ocorrência de morte seja independente. As ocorrências de acidentes em instalações e plataformas de produção e também em sondas marítimas e terrestres foram reportadas a ANP no período de 2012 a 2019 referente a pelo menos uma fatalidade, apresentando valor médio de 1,44. Foi observado uma taxa de mortalidade de até três acidentes de 94%. A adequabilidade do modelo foi confirmada pelo teste de aderência Qui-quadrado ao nível de significância de 5%, sendo que o valor observado da estatística teste apresentou valor de 0,9821 e ao confrontar com o valor tabelado de 5,99, aceita-se a hipótese do ajuste a distribuição de Poisson. O modelo poderá ser utilizado para estimar o número de acidentes fatais nas futuras ações do órgão regulador nesta indústria, pois contempla melhor aferição da probabilidade da ocorrência ao longo do tempo.